Congresso no Vaticano: médicos, religiosos e leigos debaterão a eutanásia
Ainda no final deste ano, a Holanda, que foi o primeiro país a legalizar a eutanásia, deverá ter oferecido meios de facilitar a morte de mais de 7.000 pessoas que estavam aos cuidados de seus… médicos.
Isso corresponde a um aumento de 67% a mais de mortes favorecidas, se fizermos uma comparação com os números de mortes provocadas há a cinco anos atrás.
Fala-se mais da eutanásia
Atualmente a eutanásia está legalizada em cinco países: Países Baixos, Bélgica, Colômbia, Luxemburgo e o Canadá.
Cada vez fala-se mais desse modo de pôr fim à vida de um paciente e, de acordo com Carlo Casalone, da Pontifícia Academia para a Vida, isto se deve aos avanços da medicina e a que se conhecem mais casos graças as diversas mídias.
É por isso que o Vaticano organiza um congresso que acontece entre hoje, 17, e amanhã, 18 de novembro, onde estão reunidos médicos e especialistas, religiosos e leigos.
Uma questão delicada…
Por exemplo, segundo a moral católica é necessário fazer a distinção entre a eutanásia e a interrupção de tratamento oferecido a doentes terminais.
Intervenção que provoca intencionalmente a morte
Para o padre Carlos Casalone, da Companhia de Jesus, que é médico cirurgião e teólogo, “o documento de 1980 da Congregação para a Doutrina da Fé, intitulado ‘Iura et bona’ eliminou o conceito de eutanásia ativa e passiva.
Chama-se eutanásia só a intervenção que provoca intencionalmente a morte. Caracteriza entre provocar a morte direta e intencionalmente. A eutanásia não é só um ato externo. Muito mais importante que isso é também a intenção”.
Não respeitar o preceito ‘não matarás’
Este documento, ‘Iura et Bona’, não considera tratar-se de eutanásia quando um enfermo terminal decide interromper um tratamento porque está agonizando. Neste caso ele não descontinua o tratamento com a intenção de morrer, mas para interromper uma cura que provoca dor sem obter resultados.
Casalone assegura que a resposta da Igreja diante desta situação será sempre a de recorrer aos cuidados paliativos. Mas o problema que surge é que nem todas as pessoas contam com os recursos econômicos ou sociais para receber estes cuidados paliativos:
“O primeiro elemento que devemos considerar é que os tratamentos paliativos avançaram muito e, portanto, existem modos de aliviar a dor e o sofrimento que são muito mais eficazes que no passado”.
“Acabar com a vida é um modo de não respeitar a o preceito ‘Não matarás’, que é um dos que estruturam nossa sociedade”.
Parentes e consequências
A propósito da eutanásia e as consequências delas nos parentes, existem estudos recentes segundo quais, 1 de cada 4 familiares de um paciente que morreu por aplicação da eutanásia desenvolvem casos de stress e desequilíbrios uma vez que se sentem culpados por ter deixado que o parente morresse.
Existem tantas perguntas e variáveis que é difícil discernir a nível ético, moral e espiritual, tanto para os médicos, quanto para os pacientes e familiares o que é certo e que é duvidoso.
A Pontifícia Academia para a Vida espera que a realização deste congresso ajude a resolver estas dúvidas.
Por Gaudium Press, com Rome Reports