Papa: “Rezar em toda situação, sem esquecer de nossos irmãos”
Esta quarta-feira de sol e clima primaveril em Roma foi o cenário no qual cerca de 20 mil pessoas participaram do encontro semanal com o Papa, no Vaticano. Francisco entrou na Praça São Pedro e imediatamente deixou cinco crianças subirem no papamóvel e o acompanharem na volta da praça. É a ocasião em que o Pontífice cumprimenta todos os presentes distribuindo sorrisos e carinho.
Em sua reflexão, ele encerrou o ciclo de catequeses sobre a oração do Pai Nosso, e concluiu que “a oração cristã nasce da audácia de poder chamar Deus de ‘Pai’: “Trata-se de um ato de intimidade filial, fruto da graça de Jesus que nos introduz na familiaridade com Deus.”
Francisco continuou explicando que em diversas passagens do Novo Testamento, podemos ver como Jesus, com o seu exemplo e palavras, nos ensina o sentido da oração do Pai-Nosso. Por exemplo, quando os discípulos que, ao ver Jesus passar longos momentos em oração, pedem que Ele lhes ensine como rezar. Ou no Getsêmani, onde, ao invocar a Deus chamando-o de Abbá, Jesus demonstra a confiança num momento de angústia.
Em meio às trevas, Jesus invoca Deus com o nome de “Abbà”, com confiança filial e embora sinta medo e angústia, pede que seja feita a sua vontade.
Quando Jesus fala da necessidade de rezar de modo insistente, lembra-se sempre dos irmãos, sobretudo com a disponibilidade de perdoar as ofensas recebidas. Em suma, Jesus nos ensina que o cristão pode rezar em qualquer situação, seja com expressões retiradas da Bíblia, como os salmos, seja com expressões que brotaram dos corações de tantos homens e mulheres que se sabiam amados pelo Pai.
O primeiro protagonista de toda oração cristã é o Espírito Santo
É ele que sopra no coração do discípulo e nos torna capazes de rezar como filhos de Deus. É ele que nos ensina a rezar:
“Este é o mistério da oração cristã: pela graça, somos atraídos ao diálogo de amor da Santíssima Trindade.”
Assim rezava Jesus, e por vezes usou expressões muito distantes do texto do Pai Nosso. Como quando na cruz, pronunciou as palavras ‘Deus meu por que me abandonastes’. A explicação é que naquele grito de angústia, está o núcleo da relação com o Pai, o fulcro da fé e da oração. Eis porque o cristão pode rezar em qualquer situação.
Francisco concluiu pedindo que nunca deixemos de recordar na oração ao Pai nossos irmãos e irmãs na humanidade, para que nenhum deles, especialmente os pobres, fique sem consolo e sem uma porção de amor.
Orações por missionária assassinada e cristãos na China
Em suas palavras finais, o Papa lembrou a Irmã espanhola Ines Nieves Sancho, missionária assassinada na República Centro-africana, pedindo a todos que rezassem com ele uma Ave Maria.
Sexta-feira, dia 24 de maio, celebra-se o dia de Nossa Senhora Auxiliadora, que é particularmente venerada na China, no Santuário da Virgem de Sheshan, em Xangai.
“Nesta feliz ocasião, expresso minha proximidade a todos os católicos na China, que, entre tantas dificuldades e provações, continuam a esperar e amar. Que a nossa Mãe do Céu os ajude a ser testemunhas da caridade e da fraternidade, mantendo-os sempre unidos na comunhão da Igreja universal.”
Dirigindo-se aos brasileiros, numerosos na Praça, o Papa recomendou que neste mês dedicado à Virgem Maria, busquemos contemplar mais intensamente a face do Senhor Jesus com a oração do Terço, para que Ele seja o centro de nossos pensamentos, de nossas ações e de nossa vida.
Enfim, fez uma saudação especial ao Cardeal José Falcão, arcebispo emérito de Brasília, que está completando 70 anos de ordenação sacerdotal. Dom José respondeu com um sorriso.
No final do encontro, o Papa concedeu a todos a bênção apostólica.
Via Vatican News